Doutrinas

ESCOLHAS

Soberania de Deus e responsabilidade humana não são excludente.

Por: Irene Costa

Há certos textos da Bíblia que são tão completos em si mesmos, que só com eles podemos resolver qualquer demanda espiritual que porventura venhamos a ter. Podemos encontrar neles tanto mensagens para o pecador que precisa de Jesus, quanto conforto para o aflito, ou presságios para o futuro, premissas para a santificação, estratégias para a batalha espiritual, princípios de adoração e “n” outros assuntos importantes para qualquer crente.

Isaías 5 é um desses textos. O profeta Isaías está propondo uma parábola – da plantação de uma vinha -, justamente para confrontar o povo de Deus, que estava – em sua época – nada menos que flácido em sua vida cristã, sem motivação, sem rumo, sem visão, sem propósitos, fascinado pelos encantos do mundo, dando ouvidos às falácias do diabo e sendo levado displicentemente para o abismo cada vez mais próximo, sem que ninguém se preocupasse com o fato, como Deus requer.

Precisamos voltar ao texto com cuidado, porque há nele uma história que se repete hoje, para a qual devemos nos atentar.

Eis o propósito de Deus exposto com tanta propriedade! Não era uma “vinha de uvas”, mas “de gente”! Deus – o agricultor – sempre quis habitar com um povo santificado, em meio a comunhão, proteção e glória. Deus sempre quis ter um povo exclusivamente Seu. A vinha retrata a resposta que o povo escolhido vem dando a Deus, no decorrer dos séculos.

Em Adão, Deus fez uma raça e não apenas um homem. Adão fez sua escolha, baseado nas inferências luciferianas e não na vontade boa, agradável e perfeita de Deus. Ele escolheu mal, a princípio, e ainda que tenha se retratado depois, o resultado de sua escolha foi desastroso e permanente. As promessas que Satanás lhe fez não foram cumpridas (de que “seriam como Deus”. Pelo contrário, depois de cair na cilada, vemos Adão envergonhado, com medo, fugindo, colhendo o que plantou – até seu filho morreu).

Tudo ficou muito difícil, a partir de então. Mas Deus não desistiu de ter a Sua raça santa depois do pecado do homem. Tempos depois, Ele chamou Abraão para ser o pai dessa raça e lhe fez uma promessa. Abraão escolheu bem. Escolheu confiar no propósito de Deus e obedecê-lO. Por isso ele é chamado “o pai da fé”.

A raça eleita culminou no povo de Israel, a quem Deus escolheu para ser modelo de santidade para todos os povos da Terra. Mas o povo de Israel nunca entendeu isso e sempre lutou contra o propósito de Deus, porque eles queriam exatamente ser como os outros povos, as outras nações. Não queriam ser diferentes. Não queriam comer comida diferente; não queriam vestir roupas diferentes; não queriam seguir os dez mandamentos; não queriam ter um Deus invisível.

O que eles queriam? – Queriam ter um rei como todo mundo tinha (e não depender de Deus). Queriam comer o que todo mundo comia, andar como todo mundo andava, adorar deuses de barro e ídolos mudos como todo mundo adorava, se divertir e farrear sem prestar contas de seus atos a ninguém – e muito menos a um Deus tão exigente!

Só que Deus é Deus e o que planejou não pode ser mudado pelo homem. E é aqui que quero deixar claro que o propósito do Senhor vai sempre se cumprir, porque Sua soberania é absoluta. Ele escolhe, Ele decreta e tudo o que Ele projetou vai se cumprir – goste você ou não de ouvir –; o que é um grande azar para os obtinadinhos e contrariados que dEle discordam!

E já levanto, paralelamente aqui, o fato de que, mesmo que Deus decrete com absoluta soberania, o homem também faz suas próprias escolhas. E aí mora o mistério da validade, tanto da soberania de Deus, quanto da responsabilidade do homem.

A Bíblia é clara em nos assegurar que Deus é muito bom para quem obedece, mas também muito justo em punir os rebeldes.

Israel escolheu mal. Afinal, rejeitou a Cristo – a única porta de salvação desse mundo perverso e maligno. Deus passou deles e, desde a vinda de Cristo, a Igreja é o povo especial de Deus na Terra, enxertado em tempo extraordinário na Videira, Sua propriedade exclusiva, Sua raça eleita. Fomos escolhidos para ser diferentes, santos, justos, obedientes, modelo para os demais povos. Somos A VINHA planejada e plantada pelo Senhor.

Entretanto, o que está acontecendo com a Igreja? Ela está se comportando como o povo de Israel – indiferente ao propósito de Deus; amando mais os prazeres do que Deus; querendo ser como todo mundo e fazer o que todo mundo faz, ao invés de fazer só o que agrada a Deus; “cuspindo” na cara do seu Criador e Redentor, assim como o povo de Israel fez – até mesmo quando Jesus estava morrendo por eles na Cruz.

E aqui eu já vou chegando à mensagem final de Isaías 5, na parábola da vinha.

O que está reservado para esse povo que não quer ser o povo santo de Deus, mas que prefere os prazeres do mundo? – O juízo! Os que rejeitam o propósito completo de Deus não vão desfrutar do Seu reino com Cristo! Isso é muito mais terrível do que você consiga imaginar agora!

Quero confrontá-lo a deixar tudo de lado e parar um tempo para raciocinar com sã consciência sobre esse fato inequívoco! Há um futuro negro que se aproxima para todos os que rejeitarem hoje o chamado de Deus para os escolhidos desta Era! O Senhor está chamando um grupo de pessoas para cumprir o Seu propósito. Esse grupo é composto de pessoas diferente das demais, que, cobertos pela graça de Deus, se posicionam radicais contra o pecado, contra o mundo e contra a carne. É um grupo de gente que vence a Satanás hoje!

Vejo que cada um de nós precisa fazer a sua própria opção de vida também – assim como teve que fazê-lo Adão, Abel, Caim, Sete, Enos, Enoque, Noé, Abraão, Ló, o povo de Israel, Jesus, os herois da fé, Lutero e milhares de outros. Nossa escolha determinará o futuro que nos aguarda. Antes do novo nascimento, tivemos que escolher crer em Cristo ou continuar nas trevas. Depois do novo nascimento, temos que escolher se queremos andar pelo princípio da Cruz, em santidade, ou comandados pelos desejos próprios.

Eu já me posicionei. E, ainda que a minha escolha possa, às vezes, não agradar nem um pouco à minha própria vontade (vontade esta carnal), sei que é a única que me oferece segurança e esperança de um futuro bem aventurado no Reino. Eu quero que Cristo seja engrandecido na minha vida, ainda que isso me custe um alto preço!

Eu lhe pergunto: – E quanto a você? Já fez a sua opção? Você não quer também ser encontrado entre os que escolheram a fidelidade a Deus? Ou você é do grupo dos “encantados com o mundo”, que acham que servir a Deus é desperdiçar a vida tão boa com coisas tão “sem graça” como as que empolgam os “crentes fanáticos”?

Eu desejo que você escolha bem. Isso porque haverá um dia, quando Deus separará as uvas. Umas para produzirem Seu mais precioso vinho e outras para serem lançadas fora, visto não serem adequadas ao Seu propósito. O Senhor não terá por inocente a vinha que escolher produzir uvas amargas!

É o que diz o texto. Confira lá! (Isaías 5:1-7).

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